Canabidiol: Propriedades e novas descobertas

O CBD é um dos mais de cem fitocanabinóides encontrados na cannabis e vem sendo exaustivamente estudado por médicos, cientistas e pesquisadores.
Diferentemente do tetra-hidrocanabinol (THC), o CBD não causa os efeitos significativamente psicoativos, em outras palavras, “não dá barato”.
Um conjunto de evidências, estudos e pesquisas estão encontrando uma série de diferentes usos medicinais e terapêuticos para o CBD, dentre eles, o controle de crises epilépticas, de transtornos relacionados à ansiedade e o auxílio para quem sofre de insônia crônica.
O uso medicinal que se encontra no estágio mais avançado de comprovação científica e de experiência prática é aquele relacionado ao tratamento de crises convulsivas.
Uma pesquisa realizada pela NYU Langone Medical Center e publicada pelo The New England Journal of Medicine forneceu fortes evidências que CBD tem efetiva capacidade de reduzir significativamente a frequência de convulsões em crianças com epilepsia.
Recentemente a GW Pharmaceuticals anunciou que o medicamento de CBD com o nome comercial “Epidiolex”, único produto aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), recebeu uma notificação do United States Drug Enforcement Administration (DEA) informando que este não está mais sujeito à Lei de Substâncias Controladas (CSA) dos EUA.
Este medicamento foi formulado para tratar duas formas graves de epilepsia na infância, a síndrome de Lennox-Gastaut (LGS) e a síndrome de Dravet. Ambas as síndromes são notoriamente resistentes ao tratamento convencional e essa aprovação pelo FDA ocorreu após anos de pesquisas e ensaios clínicos trabalhando para estabelecer a eficácia deste tratamento.
Outro estudo que se encontra em estágio avançado é o que relaciona o CBD ao controle dos transtornos relacionados à ansiedade.
Uma pesquisa recentemente publicada pelo Journal of Psychopharmacology se propôs a abordar mais especificamente o efeito do CBD no controle da ansiedade relacionada à doença de Parkinson, e se este é capaz reduzir tremores induzidos por situações ansiogênicas.
“O CBD modula regiões do cérebro relacionadas ao estresse e à ansiedade”, explica Daiene de Morais Fabricio, autora correspondente do novo estudo.
“Um estudo de neuroimagem de indivíduos saudáveis mostrou que o CBD reduz a eficácia da conexão entre o córtex cingulado anterior e a amígdala durante o processamento de estímulos que incluem expressões faciais que expressam medo. Essas observações sugerem que o CBD pode ser um tratamento alternativo para pacientes com DP e ansiedade. ”
A equipe de pesquisa já havia investigado os efeitos do CBD nos indivíduos com Parkinson, encontrando a terapia melhorando significativamente o bem-estar emocional e a qualidade de vida dos pacientes.
“Nosso estudo foi o primeiro a demonstrar os efeitos ansiolíticos do CBD em pacientes com DP e sua capacidade de atenuar a amplitude do tremor em situações ansiogênicas”, sugere Morais Fabricio. “É importante que estudos futuros avaliem os efeitos de diferentes doses de CBD nos sinais e sintomas de ansiedade nessa população”.
O mecanismo de ação do CBD ainda não é totalmente conhecido, portanto, não está claro se as reduções de tremor observadas na pesquisa são devidas a algum tipo de efeito direto ainda a ser descoberto ou se são simplesmente o resultado de uma ansiedade que foi reduzida.
Assim sendo, mais estudos vêm sendo desenvolvidos para comprovar a propriedades ansiolíticas do CBD.
Além destas propriedades anticonvulsivas e ansiolíticas, outras aplicações vêm sendo estudadas para os fitocanabinóides. Dentre estas, a sua utilização para a insônia.
Os resultados de um primeiro estudo mundial desenvolvido na The University of Western Australia mostraram que a cannabis medicinal pode ser usada como um novo tratamento para adultos que sofrem de insônia crônica.
O tratamento foi avaliado em uma série de medidas objetivas e subjetivas, tais como, o tempo total de sono, tempo de vigília durante a noite, hora de dormir, qualidade do sono e sensação de repouso após o sono.
Em todos os participantes, as contagens do Índice de Gravidade da Insônia (ISI) diminuíram 26%, enquanto os que receberam a dose mais alta obtiveram uma redução de 36%, e os participantes relataram uma melhora significativa na qualidade do sono e nos sentimentos de acordar descansados.
O pesquisador principal, professor Peter Eastwood, do Centro de Ciência do Sono da UWA, disse que o estudo foi o ensaio clínico mais rigoroso já realizado para avaliar o potencial terapêutico da cannabis medicinal no tratamento dos sintomas de insônia crônica.
“O fato de o tratamento ter conseguido melhorias significativas e responsivas à dose em uma ampla gama de índices-chave de insônia é impressionante”, disse o professor Eastwood.
“As experiências positivas dos pacientes com efeitos colaterais mínimos são críticas para o sucesso de qualquer medicamento para insônia e destacam o potencial desse tratamento para abordar uma área essencial de necessidade não atendida. (…) É provável que novas melhorias na eficácia possam ser alcançadas através de doses durante um período mais longo e potencialmente em doses mais altas”, completou o professor.
Assim sendo, estudos que comprovem as propriedades ansiolíticas e anticonvulsivas do Canabidiol são de extrema importância para a saúde pública.
Isso porque observamos um crescimento mundial na utilização dos perigosos medicamentos benzodiazepínicos que, segundo publicado no portal PEBMED:
“Os benzodiazepínicos (diazepam, alprazolam, midazolam, etc) são medicamentos hipnóticos e ansiolíticos bastante utilizados na prática clínica. Usualmente são prescritos no tratamento de quadros agudos de ansiedade, transtorno de humor, insônia, crises convulsivas e outras condições relacionadas ao sistema nervoso central.
Evidências da literatura sugerem um aumento no risco de mortalidade por todas as causas entre adultos que utilizam benzodiazepínicos, mesmo por curta duração. As associações positivas entre essa classe terapêutica e a mortalidade têm implicações importantes para a saúde pública devido ao grande número de pessoas que utilizam estes medicamentos”.
Conclusão
Assim sendo, concluímos que na medida em que as pesquisas envolvendo o Canabidiol avançam, suas propriedades terapêuticas e medicinais vem sendo cada vez mais comprovadas.
Conforme observamos no presente texto, suas propriedades anticonvulsivas estão totalmente confirmadas.
Por sua vez, suas propriedades ansiolíticas também vem sendo comprovadas por diversos estudos espalhados pelos principais centros de pesquisa científica.
Esse fator é muito importante, pois o CBD vem se confirmando como potencial opção para substituir os perigosos, mortais e cada vez mais utilizados medicamentos benzodiazepínicos.
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