Entre Ciência e Ética: A Urgência de Integrar a Cannabis Medicinal aos Cuidados Paliativos
A missão central dos cuidados paliativos é preservar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves, oferecendo alívio da dor e suporte integral às dimensões física, emocional e espiritual. No entanto, muitos sintomas que acompanham essas trajetórias permanecem refratários às abordagens convencionais. Dor crônica, náuseas, espasticidade, insônia, ansiedade e perda de apetite ainda representam desafios que limitam a autonomia e a dignidade dos pacientes.
Nesse cenário, a cannabis medicinal surge como uma alternativa terapêutica promissora, capaz de complementar o arsenal existente e ampliar as possibilidades de cuidado.
A dor, um dos sintomas mais prevalentes nos cuidados paliativos, costuma ser manejada com opioides, mas os efeitos adversos como náusea, constipação, delirium, tolerância e dependência reduzem a adesão e a efetividade a longo prazo.
Evidências recentes indicam que a combinação de fitocanabinoides, como THC e CBD, potencializa a analgesia, reduz a necessidade de escalonamento de opioides e melhora o perfil de segurança.
Pacientes com dor neuropática e oncológica relatam maior conforto funcional quando a cannabis é utilizada como adjuvante.