Artigo científico traz 3 protocolos de tratamento para dor crônica com cannabis medicinal
Recentemente foi publicado artigo científico denominado “Recomendações de consenso sobre a dosagem e administração de cannabis medicinal para tratar a dor crônica: resultados de um processo Delphi modificado”.
A pesquisa científica foi realizada por cerca de 20 especialistas de 9 diferentes países que desenvolveram recomendações baseadas em consenso sobre como dosar e administrar cannabis medicinal em pacientes com dor crônica.
Dentre estes médicos, está o Dr. Wellington Briques, médico brasileiro, clínico geral, acupunturista e com mais de 25 anos de atuação na indústria farmacêutica e de biotecnologia.
A cannabis vem sendo utilizada com sucesso para o tratamento da dor crônica.
Entretanto, não existem muitos estudos de controle randomizados que indiquem a necessária orientação aos médicos prescritores sobre como dosar e administrar a cannabis medicinal com segurança e eficácia.
O citado estudo foi desenvolvido para preencher estas lacunas, isto é, os pesquisadores desenvolveram recomendações baseadas em consenso sobre como dosar e administrar cannabis medicinal em pacientes com dor crônica.
Como Resultados foram apresentados três Protocolos de atendimento. Estes foram desenvolvidos com foco na segurança e no que os prescritores observaram em sua prática como sendo eficazes.
Para cada protocolo, um tipo de fitocanabinóide inicial foi utilizado, seguido por um protocolo de titulação até uma recomendação de dose diária máxima. Vejamos:
“Houve consenso de que a cannabis medicinal pode ser considerada para pacientes que apresentam dor neuropática, inflamatória, nociplástica e mista. Três protocolos de tratamento foram desenvolvidos. Um protocolo de rotina em que o médico inicia o paciente em uma variedade predominante de CBD com uma dose de 5 mg de CBD duas vezes ao dia e titula a dose predominante de CBD em 10 mg a cada 2 a 3 dias até que o paciente atinja seus objetivos, ou até 40 mg / dia. Com uma dose predominante de CBD de 40 mg / dia, os médicos podem considerar a adição de THC a 2,5 mg e titulação de 2,5 mg a cada 2 a 7 dias até uma dose diária máxima de 40 mg / dia de THC. Um protocolo conservador em que o médico inicia o paciente em uma variedade predominante de CBD com uma dose de 5 mg uma vez ao dia e titula a dose predominante de CBD em 5mg ou 10 mg a cada 2 a 3 dias até que o paciente alcance seus objetivos, ou até 40 mg /dia. Com uma dose predominante de CBD de 40 mg / dia, os médicos podem considerar a adição de THC a 1 mg / dia e titulação de 1 mg a cada 7 dias até uma dose diária máxima de 40 mg / dia de THC. Um protocolo rápido em que o médico inicia o paciente com um THC balanceado: variedade de CBD com 2,5–5 mg de cada canabinoide uma ou duas vezes ao dia e titula 2,5–5 mg de cada canabinoide a cada 2 a 3 dias até que o paciente alcance o seu metas ou a uma dose máxima de THC de 40 mg / dia”.
O estudo ainda deixa claro que:
“É importante observar que cada paciente é diferente e o tratamento com cannabis medicinal, como a maioria das outras terapias, deve ser individualizado para o paciente. A tomada de decisão compartilhada sobre o tratamento com o paciente é importante e o estabelecimento de metas de tratamento durante a consulta médica inicial pode melhorar os resultados do paciente e a adesão ao tratamento medicamentoso com cannabis. A intenção é fornecer aos médicos protocolos de prescrição de cannabis medicinal seguros e eficazes, que podem ser considerados quando um médico decide incluir cannabis medicinal no regime de tratamento de um paciente”.
A seguir, o Dr Wellington Briques revelou mais detalhes sobre o estudo realizado conjuntamente com outros especialistas.
“Esta publicação tem uma importância histórica, pois é a primeira que trata diretamente da dosagem e administração de CBD e THC, enquanto as publicações anteriores pensavam apenas no THC.
Enquanto não tivermos resultados de estudos de fase III com canabinóides em indicações específicas, este tipo de consenso é o que melhor reflete a realidade dos pacientes nos consultórios.
Estamos vivenciando a era da (re)descoberta dos medicamentos a base de canabinóides, e agora temos ferramentas que nos ajudam a colocar em perspectiva todo o potencial desta classe terapêutica nova”.
